quinta-feira, 23 de julho de 2009

Insignificância do ser?

Recentemente comecei a assistir um anime chamado Bakemonogatari (do japonês Bakemono + Monogatari, "Histórias de Monstros"). Já de início pude observar alguns diálogos interessantes, inclusive me instigaram a continuar baixando o anime, que no momento se encontra no terceiro episódio. Neste mesmo episódio, o último lançado até então, Araragi (personagem principal da trama) tem alguns monólogos internos a respeito da pequenez de sua existência e de seus problemas diante da humanidade. É algo que já me peguei pensando algumas vezes, e, sinceramente um assunto que considero em parte perigoso.

A entidade humana é extremamente egoísta, normalmente vê sempre a si mesmo e a seus próprios problemas como se fossem absolutos na nossa realidade atual, independente dos que nos cercam. Algo comum, apesar de um mundo tão globalizado como o nosso. Algumas pessoas fazem de seus próprios problemas verdadeiras tempestades, quando na verdade são coisas simplórias, enquanto outros não dão a mínima para nada. Isso vai de cada um, mas todos vivem voltados paras as dificuldades e percalços que a vida lhes propõe, alguns até enlouquecendo ou morrendo devido a eles...

Mas porque? Com qual finalidade?

Ao observar o céu à noite, tenho o costume de me questionar isso. "Porque esta vida? Porque todos estes problemas? De que adianta, nada muda no universo, nossos problemas, dificuldades, nada significam, vamos todos morrer e tudo ficará para trás...".
É meio deprimente pensar desta forma. Lembro-me que ouvi de minha mãe um comentário a respeito dos astronautas da Apolo XI, que, após irem ao espaço, pisar na Lua e, então, observar a Terra de lá, perceberam que não viam ser humano nenhum, não viam edificações nenhuma, nada... Seus próprios problemas, ali, na Lua, o ponto mais próximo do nosso globo azul em comparação aos outros planetas e satélites, já perdiam significado, tudo pelo qual eles se descabelavam, se estressavam, se entristeciam... Então, ao voltar à Terra, cada um foi morar, o mais isolado possível, e passaram um bom tempo sem dar entrevistas, aparecer na TV... Acredito que tenham encarado uma depressão profunda devido à visão da Terra a partir da Lua. O vazio que deve ter tomado conta deles deve ter sido colossal.

Mas acho que, dependendo do ponto de vista, isto pode se tornar algo favorável para a pessoa, este tipo de pensamento. Meu bisavô Eduardo, por exemplo, sempre esteve olhando as estrelas, sempre. Antigamente não havia tantas construções iluminadas no solo terrestre, logo a quantidade de corpos celestes devia ser muito maior que nos dias de hoje, para quem vive em cidade, como eu. Devia ser uma visão magnífica. De qualquer modo, sempre foi um homem que nada na vida o abalou. Absolutamente nada, nem a morte de parentes próximos e amados por ele, ele jamais chorou ou demonstrou depressão ou fraqueza, em momento algum. É como um amigo meu me comentou: "Isto parece mito". De fato, lendo assim realmente parece.

Mas não é.

Refletindo a respeito, acho que meu bisavô, que tanto olhava para o céu estrelado dos anos 50, 60, já havia confrontado a mesma sensação que os astronautas da Apolo XI conheceram, mas teve a força de usar isso a favor de si mesmo. Tornou-se praticamente imune a sentimentos negativos. Percebeu que tudo era passageiro, até o aparentemente mais sérios dos problemas que pudesse vir a surgir. Soube extrair das dificuldades da vida somente o lado positivo que elas escondiam em si. E se tornou uma das quatro pessoas que mais admiro na minha vida.

Olhando o céu da noite, percebo que me tornei um pouco como meu bisavó, que, muito infelizmente, não tive a chance de conversar. Mas fico feliz em saber que não fui vencido pela depressão, como vem sendo o Araragi-kun.

Espero que ele olhe mais para o céu daqui pra frente.

Opening do Anime. Não se assustem com a brutalidade do conteúdo.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Avareza e Burrice Massificada

Ouço todo dia em casa que devo assistir mais TV. Não curto TV. TV é uma merda, enche o saco, é programada na intenção de te manipular, quer seu dinheiro. Raros, RAROS são os programas decentes. Assistia CQC, uma ou outra merda no Discovery, GNT e Bob Esponja. Tenho tomado cada dia mais raiva da mídia. Não visam nada além de IBOPE, dinheiro. Prova cabal disto foi algo que notei esses dias: todo ano vem o show do Roberto Carlos, que eu particularmente não gosto, não por ser um cantor ruim, mas porra, o cara vem todo ano ganhar dinheiro cantando as mesmas coisas, calhambeque bibi enche o saco depois da 50º ano seguido.

Alias, acho que enche na metade da primeira vez.

Enfim, muita propaganda acompanha os shows do cara, nada mais normal para Globo, que fatura em cima do programa. Mas, com a morte de Michael Jackson, o show e toda a parafernalha pro 50° ano seguido do famigerado foram absolutamente eclipsados. O homem sumiu. Deve ter tido uma ou outra propaganda pelas vinhetas, mas foi algo em número bem menor do que deveria ser, porque este não seria um show como o dos outros anos. Tudo porque Michael morreu, e com sua morte vem o IBOPE, que por sua vez gera dinheiro. Equação simples, mas cruel e frustrante. Influenza A, falcatruas no senado, morte de inocentes Brasil e mundo afora, Lula viajando mais do que fica no Brasil, G8, G20, G1000.... Praticamente sumiu tudo.

Fonte inesgotável de informação, é a Web, e o melhor lugar para se garimpar algo decente e confiável. Não que na Net não haja manipulação, mas dá para encontrar informação virgem, pura, ou mesmo comentada por todas as órbitas possíveis, filtrar e desenvolver sua própria compreensão baseado no seu discernimento e conhecimento.

A mídia parece não ter mudado muito desde Assis Chateaubriand. O homem que, ao passo que fez o Brasil desenvolver-se e se tornar conhecido mundialmente quase tanto quanto o Barão de Mauá, também auxiliou a alienar a mente do brasileiro e tornar-lo assim um dos povos mais burros do planeta. Felizmente vivemos num mundo globalizado onde o advento da Internet já se tornou algo comum, banal no dia-a-dia.

Roberto, não fique triste. Ano que vem a gente presta mais atenção em você. Isto é, se não morrer mais alguém do naipe de MJ na mesma semana.

domingo, 5 de julho de 2009

Medo da Morte?

Ontem, lá pelas uma da manhã, uma amiga veio me comentar que estava com medo da morte. Não da morte propriamente dita, mas do que há alêm dela (ou do que não há). Conversmos a respeito um pouco, e o diálogo me inspirou a escrever minha idéia a respeito do tema aqui.
A morte é a única absoluta certeza que temos na vida. Nada mais certo há na vida do que ela. Então, porque teme-la?

O homem tem medo ou receio do que não conhece. Isso é natural, sempre foi, é, e sempre será assim. A morte é a certeza mais incerta que podemos ter, ela virá de fato, mas não sabemos o que esperar. Religiões, ao meu ver, surgiram para, além de conduzir o ser humano por uma vida digna e dar uma explicação para nossa existência, assim como a existência de tudo que vemos, conhecemos e não conhecemos, preencher o vazio que há depois da morte (apesar de que eu creio no que há na Biblia). Há as concepções mais básicas e conhecidas, como um "sono eterno", um rolé no purgatório para limpar-se dos pecados mundanos e ser aceito no paraíso, ou mesmo uma passagem só de ida à terrinha do Cão. O Inferno sugerido por Dante é aterrorizador, e se pensarmos que somos todos pecadores incorrigíveis e que há uma grande chance de, se for real, irmos parar lá ao morrer, seria o suficiente para levarmos uma vida enlouquecida diante da perspectiva dolorosa e macabra que nos aguardaria. Talvez, até pior do que este seria a idéia de um pós-morte seguido de um vazio, puro e simplesmente vazio, algo como ser jogado num Universo, como o que conhecemos, só que sem estrelas, sem planetas, sem nada. Dá pra imaginar?

Dá, mas não numa escala de tempo eterna.

Tambem não acredito no círculo intermitente de reencarnação explicada pelo espiritísmo, porque me parece meio ilógico: você vive uma vida tentando se purificar dos pecados da vida passada. Entretanto o ser humano é imperfeito e, sendo assim, vai errar, consequentemente irá pecar. Logo você está preso eternamente a uma vida tentando se livrar do que fez de mal, e nunca alcançará coisa alguma. Não consigo imaginar tambem o Apocalipse da Bíblia, apesar de lê-la.

Eu, como todos, não faço ideia do que haja após a morte, mas admito que tenho curiosidade. Não gostaria de ir embora tão jovem, gostaria de conhecer alguns lugares do mundo antes e espero que a morte aconteça no momento certo, mas não tenho medo da mesma. Quando ela vier a mim, será bem vinda. Mas porque se procupar com a morte, enquanto ainda temos nossa vida?
Eu particularmente procuro viver a vida do meu jeito e da forma mais digna possível, baseada nas "Seven Heavenly Virtues" (Sete Virtudes Celestiais, opostas aos Sete Pecados Capitais), e não me atenho a pensar na morte, por mais tentadora que ela seja. E não é porque eu quero garantir meu cantinho no céu, ou fugir do Diabo.